15 Julho 2004
E aí esteve reunido o Fórum de Embaixadores da Agência Portuguesa para o Investimento. Em matéria de turismo, a promoção do Vale do Douro e do Alentejo (Sines e Alqueva) dominou as preocupações dos cérebros que estão na primeira linha da frente da diplomacia económica portuguesa. E justifica-se que assim seja: os responsáveis do Douro garantiram em alto e bom som, não há muito tempo, que suplantarão o Algarve e os alentejanos ou alguns por eles sonham com o mesmo objectivo.
Ao mesmo tempo, aqui e ali, começou a entrar na moda altos responsáveis e até m esmo decisores repetirem que «as praias já deram tudo o que tinham a dar», que «o Algarve é o caos», que «não se pode permitir em Portugal a repetição dos erros do Algarve»… por aí fora. E possivelmente isto também se justifica, porquanto alguns ou mesmo dos principais investidores do turismo algarvio comportam-se no Algarve como se estivessem à frente de colonatos na faixa de Gaza – o que lhes interessa é o colonato e mais nada, as ligações e o diálogo com os Municípios visam apenas a ampliação do colonato na mira da próxima transacção financeira e, no que diz respeito às populações, quanto mais longe estas estiverem melhor.
É este um dos preços do Algarve não ser Região Administrativa e não é difícil aceitar que os colonatos a inviabilizaram face à completa insensibilidade do Estado. Porque carga de água o Algarve haveria de ser considerado nos fóruns da diplomacia económica portuguesa?
Carlos Albino
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