11 Março 2004
O secretário de Estado Correia da Silva, vai para quase um ano, condenou o Observatório do Turismo à morte pelo garrote que é a pior das mortes que um projecto pode ter, sobretudo quando a pena é executada pela política encapuzada. Correia da Silva lançou publicamente um acusatório contra o Observatório e, implicitamente, contra os investigadores que o compunham e as instituições que eram, em última análise, o respaldo científico da iniciativa, no caso a Universidade do Algarve e a Universidade de Aveiro. Disse esse secretário de Estado que o Observatório não tinha feito nada na vida e que nenhuns resultados tinha produzido. Cedo me pareceu que Correia da Silva entrou pelo campo da irresponsabilidade política porque ele não fez avançar nenhuma prova consistente e nenhum argumento susceptível de discussão – atirou palavras para o ar. O secretário de Estado foi na onda de dissolver o que podia dissolver julgando que com isso agradaria certamente a Manuela Ferreira Leite. Foi uma triste cena essa a de Correia da Silva. Sei que muita gente desejará um «turismo à balda», sem avaliação estatística criteriosa, sem qualquer escrutínio relativamente às questões do ordenamento do território, sem observação do emprego, da actividade empresarial e, naturalmente, sem uma dissertação correcta da Qualidade (letra maiúscula, por favor!) do Turismo. Correia da Silva já devia ter pedido desculpas públicas do que disse, já devia ter emendado o que fez e já devia ter percebido que, como secretário de Estado, não podia ter brincado com coisas sérias. Um governante não pode andar e decidir na política como se fosse uma espécie de motar a desafiar a vida em sentido contrário nas auto-estradas. Voltarei à questão.
Carlos Albino
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