2 Outubro 2003
A Universidade do Algarve está a avançar com firmeza por aqueles dois carris paralelos em que o Saber surge como o motor potente da sociedade, mesmo nas curvas mais apertadas impostas pelo traçado da ignorância natural. A internacionalização e a abertura à sociedade, estão a ser à evidência os dois grandes suportes desse magnífico rodado que se converteu já na instituição mais respeitada do e no Algarve e, por certo, num dos fortes motivos de esperança no futuro. É certo que a internacionalização só pela internacionalização é coisa oca, e que a abertura apenas pela abertura acaba por ser show off. Mas quando a internacionalização e a abertura fazem deslizar o chassis da investigação e do desenvolvimento, então temos comboio para andar. É o que está a acontecer com a Universidade do Algarve cujo êxito de afirmação da dignidade ao projecto se chama Adriano Pimpão a quem irrecusavelmente digo: Apoiado! Lamentavelmente os operadores económicos de maior peso no Algarve mas cuja sede financeira está fora da «região» nem um único protocolo celebraram com a Universidade do Algarve, precisamente porque actuam no Algarve tal como os corsários, ainda há menos de cem anos, faziam incursões em Lagos e tal como a pirataria moura devassava as póvoas do litoral. Também lamentavelmente ainda hoje há responsáveis da própria Universidade para os quais o Algarve termina no aeroporto ou começa nas bermas da A2, pelo que em todo o caso conhecem o Patacão e pouco mais. São os primos dos piratas. Mas Adriano Pimpão não deixou cair os braços e, em segundo mandato, está a converter a Universidade na moderna fortaleza de que o Algarve tanto carece. Em função dos longos diálogos que mantive com Gomes Guerreiro no tempo em que a Universidade patinava pela tibieza do poder central e pela indecorosa falta de coragem e sentido de liderança dos políticos «regionais», pois se o primeiro Reitor fosse hoje vivo, também diria, pela certa: Apoiado! E como eu gosto de repetir esta palavra – Apoiado! – no Jornal do Algarve onde a proposta da Universidade foi apresentada e defendida pela primeira vez, nos remotos anos 70, contra os minimalistas que se contentavam com um institutozinho politecnicozito (que nem isso ganharam) e que, pertencendo quer à então situação ou quer à então oposição, fizeram o Algarve perder vinte anos. Foi muito tempo perdido mas olhemos para a avenida larga do futuro. Apoiado!
Carlos Albino
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