25 Setembro 2003
Sentimos todos que o debate, a dinâmica e até algum entusiasmo sólido que chegou a existir à volta da criação da Região Administrativa do Algarve, tudo isso caiu. E caiu porquê? Porque os entusiastas de várias orientações que monopolizaram entre si o debate, a dinâmica e até algum entusiasmo, todos eles ou a maior parte deles, afinal, apenas estariam à espera da Lei e dos decretos-lei... Como os resultados do referendo nacional inviabilizaram a decisão de Estado, a ideia da Região caiu – politicamente, faça-se a precisão. É verdade que alguns responsáveis partidários (não só dirigentes e eleitos, mas também gente sem poder mas que quer dar nas vistas) volta e meia falam dessa coisa da Região, mas vê-se-lhes a desmotivação pela evidente falta de perspectiva da lei e do decreto. Mas também é verdade que os argumentos não ultrapassam, em substância, o nível corriqueiro do «regionalismo» que, desculpem a paráfrase mas dá jeito, é a doença infantil do provincianismo tal como muito do «folclore popular» é apenas e só cultura contra o Povo. Pensamos, todavia, que se algum dia se conseguir no Algarve, recolocar o debate, a dinâmica e algum entusiasmo num nível superior da Política, ou seja das Ideias, então poderá começar-se a sentir Região, independentemente da lei e dos decretos. E não vejo outro caminho que não seja, para já, a formação de um Fórum amplo e abrangente, integrando representantes de partidos, instituições independentes mas credíveis (como Universidade e institutos superiores), personalidades de referência dos mais diversos quadrantes, organizações empresariais e sindicais, enfim o Algarve tanto quanto possível em peso. Não vamos perder de vista a questão. Há batalhas que vale a pena travar, mas sem a doença infantil do provincianismo que é uma «lei» que o Algarve não merece.
Carlos Albino
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