É daquelas
frases que muitos não gostarão de
escrever e poucos gostarão de ler – o Estado está em retrocesso e o Algarve em
retrocesso está. Não é que a história tenha parado – não pára; ou voltado para
trás – não volta. A história vai par a frente - os que a fazem é que deram
passos para trás. Uns propositadamente, outros inadvertidamente. No que toca ao
Algarve, a região está mais ou menos decapitada de capacidade de decisão
autónoma. Tal como está, o Algarve é gerido como se fosse a Secção VIII da 8.ª
Divisão do IX Departamento Central, e o poder local ou está em carnaval ou em
quarta-feira de cinzas – impreparado, sem qualidade, burocratizado, e
consumando o paradoxo de tornar simultâneo o populismo e o distanciamento
político do cidadão.
Da parte
do Estado, não é difícil fazer-se o
reconhecimento de que raramente se teve como em 2014 e já nestes dois meses de
2015, uma tempestade de factos negativos, despejados sem descanso sobre o
cidadão. Dos mais altos decisores, passando pelos decisores intermédios, até
aos de mais baixo escalão. Não tem havido dia, sem uma má surpresa proveniente quer
dos eleitos quer dos nomeados. E logo a começar pelo Presidente da República
que, tanto no que diz como no que omite, fala como uma espécie de monarca. Dá
mau exemplo.
Da parte
do Algarve, também não é difícil
reconhecer-se que está muito mais longe da regionalização e que esta, a
regionalização, nas atuais circunstâncias é coisa para não se desejar. Ou seja:
o Algarve não está preparado para ser Região, a começar pela sua massa crítica
e a terminar na crítica da massa. Não é que não se deseje e essa finalidade, a
da Região e que esta não seja defensável e até desejável. Mas não temos
condições, não temos gente que esteja, veja e aja para além do jogo de poder,
do carreirismo e dos interesses difusos. No que falam e no que omitem, fazem-no
como uma espécie de duques nos municípios e de condes nas freguesias. Dão mau
exemplo.
Claro que
há exceções, as quais não cito pelo
pudor de não deixar às claras como é a generalidade. A isto chama-se retrocesso
e quando isto acontece são os eleitores que se enganaram.
Carlos Albino
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Flagrante dilema: Quanto à maior parte dos estrangeiros que se fixaram no Algarve fugidos do frio, eles têm um dilema – ou são e se comportam como colonizadores, ou se inserem na condição de aqueles que os aceitam como vizinhança, estarem já colonizados. Vai dar no mesmo.
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