Na vertente exportadora (cimentos e sal-gema de Loulé, sal de Olhão, alfarroba, ferro, aço e atum para diversos destinos), o Porto de Faro tem vindo a subir em flecha, é já um dos pilares fundamentais da economia algarvia. Vai fechar este ano de 2013 com 400 mil toneladas de carga exportada. Segundo parece, o crescimento vai consolidar-se nos próximos anos.
Num raro entendimento
entre os deputados eleitos pela região (todos, os dos cinco partidos), foi
expedida de S. Bento, em julho, uma recomendação ao governo para que desenvolva
uma política de investimentos portuários no Algarve, avalie o desassoreamento
dos canais de navegação e clarifique o modelo de gestão dos Portos do Algarve.
O entendimento não abarcou a reivindicação da criação da mais que justificada
Autoridade Portuária do Algarve com autonomia administrativa e financeira,
ficou-se pelo pedido de clarificação, mas o passo dado já não foi mau. A malha
portuária algarvia, além dos portos comerciais, com 12 de pesca, 4 marinas, 6
portos de recreio, estaleiros navais e o serviço público de transporte marítimo
entre as ilhas-barreiras e entre Portugal e Espanha, tudo isto está na
esquisita dependência de Sines, assim como que por comando à distância.
Um mês depois do acerto dos parlamentares, o ministro da Economia,
Pires de Lima, anunciava em Portimão (agosto) investimentos portuários no
Algarve da ordem dos 15 milhões de euros, nos próximos quatro anos - 10 milhões
no porto de cruzeiros de Portimão e os restantes 4 milhões no porto comercial
de Faro – nada adiantando sobre o modelo de gestão cuja clarificação os
deputados reclamaram, e que, para já, para além dos milhões prometidos até
2017, será politicamente o mais importante.
A verba prometida para o Porto Comercial de Faro parece
insuficiente. Como é que quatro milhões de euros se poderá proceder à criação
de uma zona de atividades logísticas do porto, à urgente ampliação dos cais, à
ligação óbvia do ramal ferroviário ao porto, à ampliação do parqueamento de cargas
e beneficiação do pavimento, à realização imperativa de dragagem de manutenção
da barra, canal de acesso e bacia de manobra, à melhoria do equipamento de
movimentação de cargas, gruas e pórticos, e à beneficiação das áreas de
armazenagem coberta, instalações e equipamentos portuários?
O Porto de Faro está a dar provas de ter futuro e de poder responder ao
futuro do Algarve, como gerador de ganhos e potenciador da economia regional. Com
o que por ele se exporta e o mais que pode vir a ser exportado, não pode ser
tratado como um portozinho e como mero apêndice alentejano.
Carlos Albino
Carlos Albino
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Flagrante falta de vista: Dizem-me que os concessionários de transportes rodoviários furtam-se a estabelecer ligações entre estações ferroviárias e localidades de importância, alegando que os comboios de e para Lisboa são concorrentes das ligações rodoviárias para a capital, pelo que cada estação é vista como inimiga do autocarro… Há que apurar se isto é miopia ou astigmatismo. Se calhar, uma coisa e outra.
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