Há iniciativas que em nome do Algarve deveriam ou poderiam ser tomadas, sem grande dispêndio ou com dispêndio relativo, se não é que com saldo positivo. Há empreendimentos, designadamente na área cultural e por arrastamento na área da afirmação cultural da região, que poderiam chegar a bom porto sem subsídios estatais mas com o mínimo de entendimento, coordenação e pondo de lado a guerra de protagonismos provincianos.
Assim por exemplo, na
Feira do Livro de Lisboa. Quem andou por ali entre 23 e de Maio e 10 de
junho, por entre as dezenas de pavilhões das editoras, notou a presença da
cultura dos Açores, um stand com as publicações editadas nessa região ou sobre
essa região. E apesar de não exceder vinhos ou comes e bebes, lá estava o
Ribatejo. Não nos alonguemos, mas isto para se dizer que seria perfeitamente
possível um stand do Algarve onde se colocasse á disposição pública as obras
editadas na região, desde as de escassas editoras privadas às publicações de
câmaras, RTA, Universidade, tudo ou o mais possível. Não todas, mas algumas
dessas publicações são de comprovado valor, desde livros de pesquisa a álbuns.
Há matéria e há material para um stand, junto do qual, à semelhança de outros
instalados na feira, poderiam ser também colocados à disposição pública
produtos que nada têm a ver com livros mas que, com moderação, adoçam ou
alegram qualquer leitura – doçaria e vinhos, entre outros.
Mas quem poderia
concretizar tal ideia? A AMAL? A RTA? Câmaras isoladas ou em grupo concertado?
Admito que seja difícil, embora não impossível. Mas seria extremamente fácil se
houvesse recurso a um chapéu que desse cobertura a tal iniciativa em Lisboa
exposta a centenas de milhares visitantes. Refiro-me à quase esquecida Casa do
Algarve que outrora já foi tratada como a embaixada da região na capital, mas
que, nos tempos que correm, embora viva dias de resistência, ainda terá muito
para dar, desde que se queira e haja o tal entendimento e a tal coordenação. Os
custos de uma tal iniciativa, repartidos proporcionalmente por todos, não
seriam excessivos e é de crer que o saldo final revelar-se-ia positivo quanto a
contas, para não se falar do lucro que isso representaria para a imagem da
região. Não é coisa que esteja além do que promete a força humana.
Para isto, bastará
alguém que diga aos outros interessados ou contagiados: “Mãos à obra!”
Carlos Albino
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Flagrante pérola esquecida por uns, desconhecida por outros: E por homenagem a António Rosa Mendes, leia-se um livro que nos deixou por legado - "Olhão fez-se a si próprio". Lê-se como ficção, avança-se nas páginas como saga, não falta poesia, surpreende-se uma história local como se fosse metáfora da história universal. Leiam.
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