Do Porto foi expedida
uma Carta Aberta ao Governo de Portugal, em defesa do crescimento económico
e do respeito pelo Porto. Os signatários são de peso, o enorme batalhão de
influências da capital do Norte está lá, da universidade ao mundo empresarial
até ao bispo do Porto que não se coibiu de subscrever preocupações do foro do
poder temporal. Mudando o que deve ser
mudado, o que nessa carta aberta se afirma também poderia ser escrito em defesa
do Algarve e do respeito pelo Algarve. Só que no Porto há um batalhão de
influências e de vontades, e, no Algarve, se vontades não faltam, as
influências ou são poucas, ou estão atadas. E mesmo que se desatassem, não sei
se o bispo do Algarve tomaria a decisão de aderir a um pedido de respeito, como
o seu colega do Porto fez em consciência e ciente de estar bem acompanhado.
A economia regional
está nas lonas, o desemprego é percentualmente e de longe o mais elevado do
país, somos os menos culpados e os mais modestos beneficiários da excessiva
construção de auto-estradas, o reclamado hospital central está no papel e não
deve sair daí tão cedo, as ligações ferroviárias para o País e Espanha são uma
lástima, a política portuária tem sido de um laxismo atroz, a promoção
internacional e interna do turismo algarvio além de não ter rasgo não pesa na
balança, a política cultural não existe, enfim, o rol de pretextos para uma
carta aberta ao governo é extenso e a lista de motivos para se pedir respeito
pelo Algarve é tão interminável como os grãos de areia sobre os quais nos
habituámos a ver governantes atrás de governantes a bronzearem-se, porque após
o bronzeamento “adeus Algarve, que vou para Portugal”.
É claro que não temos
personalidade promotora da igualha de um Rui Rio, mas à falta de lideranças
nacionalmente firmadas, políticas ou empresariais, que imponham respeitinho,
ainda assim temos uma Universidade que não deveria continuar por ali, fechada
como vieira, por entre os pruridos de Gambelas e da Penha, se calhar à espera
da cataplana. Competiria à Universidade tomar essa iniciativa, tomar a
dianteira, dar prova de que possui um bilhete de identidade vitalício com o
nome e o sobrenome da sociedade onde se insere e da qual filialmente depende.
Carlos Albino
Carlos Albino
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Flagrante suspeita: Tudo leva a crer que as próximas autárquicas vão ser uma enorme manifestação...
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