Não se nota que o povo esteja muito entusiasmado em discutir as
listas para 5 de junho. Discutir, no sentido de se interessar. Podem, pois, os
partidos colocar à cabeça, no meio ou no fim quem muito bem entendam que
ninguém se incomoda porque para a maioria tanto faz que seja sicrano ou
beltrano. Apenas uma minoria ínfima de admiradores ou por qualquer interesse
dependentes de A ou de B é que se incomodará com a retirada ou despromoção de A
ou com a substituição de B, e até porque quer um, quer outro, fora da terra
onde reside ou onde tenha exercido profissão, não passa de um desconhecido.
Salvo uma ou duas exceções, e mesmo assim “conforme”, qualquer dos deputados
que o Algarve enviou para S. Bento em setembro de 2009, tem que “ser
apresentado” na maior parte da região e andem por andarem, se ninguém apregoar
com o megafone que “aqui temos entre nós, o ilustre deputado X”, o ilustre
deputado não passará de um desconhecido, entrando anónimo e saindo anónimo. Salvo
uma ou duas exceções (não digo apenas uma para alguns detratores não
identificarem a exceção que estaria a mais...), os deputados que o Algarve
elegeu, na generalidade, nada de verdadeiramente importante fizeram com elevado
interesse e para aquele vital bem comum da região, e, que se visse, não deram
provas de exercerem qualquer influência útil e incontornável junto do poder.
Alguns, é certo, fizeram requerimentos atrás de requerimentos, fizeram
perguntas pelas perguntas, e uma ou outra intervenção de fundo que caiu em saco
roto ou era frete. Sobretudo nos requerimentos e perguntas, há quem até tenha
parecido aquele miúdo da escola a fazer aviões de papel lançando-os para Jaime
Gama depois de um sopro quente... É pena que assim tenha acontecido. O Algarve
não pode dizer que tem três, dois ou até um “grande parlamentar”, um
parlamentar cuja voz seja escutada e respeitada em Lisboa, para não dizer
temida, pois eu até gostaria que o Algarve tivesse um parlamentar seu que fosse
temido. Não temos, e isso é coisa que não se recruta por anúncio em jornal ou
por indicação da “rapaziada amiga”. Não é assim que se diz?
Carlos Albino
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Flagrante lugar elegível: E como o Algarve passa de oito para nove deputados, há
sempre mais uma chance para alguém..
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