28 outubro 2010
Temos pouca gente lá fora, mas não nos devemos esquecer dela. Claro que há muita, muitíssima gente nossa lá fora, mas a gente a que me refiro é a que ascendeu a cargos internacionais ou de representação do estado, por carreira e mérito, e não pelo jogo político que nas mais das vezes é pura combinata.
Acaba agora de ser eleito presidente do conselho consultivo dos procuradores-gerais do Conselho da Europa, João da Silva Miguel, ali de Querença, e que é o representante de Portugal no Eurojust. À gente que temos lá fora em postos, cargos ou funções de alto nível, junta-se assim ao embaixador Américo Madeira Bárbara, representante permanente de Portugal junto do Conselho da Europa, em Estrasburgo, diplomata de carreira nascido naquele país aparte que fica entre Messines e Alte que também pode ser Silves. O embaixador Madeira Bárbara, antes de Estrasburgo, chefiou a missão diplomática portuguesa em São Tomé e Príncipe, e foi cônsul-geral em Boston, encarregado de missão para a CPLP, representante permanente adjunto na FAO e diretor dos serviços jurídicos do MNE. Além disso, o até agora homem discreto de Querença, na lista da nossa gente junta-se também ao embaixador Luís Filipe Castro Mendes, ainda embaixador de Portugal em Nova Deli e que em breve vai assumir a chefia da missão de Portugal junto da UNESCO, em Paris, mas que apesar de nascido em Idanha a Nova e depois andado pelos Açores, Chaves e Leiria, se considera algarvio pela direta ascendência e sobretudo pelo estado de alma – é filho do saudoso magistrado Afonso de Castro Mendes que colaborou neste mesmo jornal em anos que já lá vão. Além disso os que associam o nome do embaixador Luís Castro Mendes a títulos de livros de poemas como O Jogo de Fazer Versos, Os Dias Inventados, Correspondência Secreta, Outras Canções, Viagem de Inverno, Seis Elegias e Outros Poemas, Recados, Modos de Música... não se enganam. Luís Filipe Castro Mendes pertence à fina-flor da poesia portuguesa contemporânea, na qual ele inscreve sem dúvida aquela inconfundível meridionalidade que igualmente perpassa nas obras de Nuno Júdice e Gastão Cruz. Serve isto para dizer que Luís Castro Mendes é nosso.
Chegou a hora de ouvirmos mais cá na terra, esta nossa gente que sabe. Porque quanto a vê-los, só não os vê quem não é de cá ou está de passagem mesmo que naquelas “passagens definitvas”...
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Flagrante certificado: Mas José Sócrates e Passos Coelho precisam de explicadores sobre o Algarve? Mas que ideia é essa, Miguel Freitas?
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