30 Julho 2009
O que se passou no parlamento já foi suficientemente comentado. Refiro-me ao debate sobre o estado da nação, a todo o debate e não apenas ao episódio de Manuel Pinho. No entanto, nunca será demais repetir que pior do que as cenas de S. Bento é a previsível imitação desse tom ou espécie de fazer política, das assembleias de freguesia às assembleias municipais, para não falar das assembleias de clubes, de escolas, etc.
Mal está a política quando os deputados abrem a boca e não medem as palavras, perdem a dignidade, entram pelo insulto e com uma máscara de combate a roçar o ódio dissimulam a fraqueza ou ausência de ideias e a incapacidade de exercício de crítica fundamentada. Mas enfim, as que se fazem em S. Bento, em S. Bento se paga. O pior é com os imitadores de que o país não se livrará, por certo, não sendo despropositado referir que o Algarve um campo propício a tais imitadores.
Nas eleições europeias já tinham aparecido sinais preocupantes da perda de qualidade da política, do debate e do confronto de ideias. Com a aproximação das legislativas e das autárquicas, não há apenas sinais, há dados objectivos, há provas de que afinal são os próprios candidatos que na mira dos votos cultivam e estimulam esse deslizar da política para o fundo. Não ganharão muito porque todos perderemos, sobretudo no Algarve onde a tradição da excelência política não existe ou se existe é coisa muito pontual e depende mais dos padrinhos do que do mérito próprio.
Carlos Albino
- Flagrante surpresa: Macário a ser educado em Faro por Alberto João Jardim, ele que até parecia politicamente educado.
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