Como era de esperar, quanto a autárquicas, Faro está no centro da polémica politica embora o resto do Algarve não seja paisagem. Macário entra na corrida com promessas frescas, Apolinário tenta segurar, Vitorino insiste e com isto são os indivíduos que marcam. No resto do Algarve, quem está deverá ficar a não ser que nestes poucos meses que faltam para o acerto de contas com o eleitorado cometam asneira da grossa.
É claro que Macário ao pedir ao eleitorado passaporte para Faro, não lhe interessaria apenas Faro como autarquia mas como símbolo de alguma influência regional ou de alguma referência de liderança que desgastando-se na periferia política tavirense não lhe será possível. Na verdade ninguém se converte em farense de um momento para o outro porque Faro não é uma religião, é apenas uma primeira divisão ou divisão de honra.
De Apolinário ainda não se viu aquele golpe de asa – até agora geriu uma crise confusa que tão depressa se compreende nas causas e motivos como rapidamente se deixa de perceber nos efeitos e consequências. Apesar de pertencer ao partido do poder mas partido sem profissão de fé regional que se veja e convença (Miguel Freitas está lá por Bruxelas e não é em fins-de-semana, e-mail, uns telefonemas, uma outra sessãozita e corrupios de secretários de estado que fazem uma agenda política, sendo já tarde para reaver o que o tempo levou), pois Apolinário ainda tem tempo, pouco, não para mostrar mas para prometer esse golpe de asa. Paradoxalmente depende sobretudo de si próprio porque aquilo que parece serem ajudas pode desajudá-lo.
E Vitorino, que insiste, é de facto mais uma incógnita do que um fiel da balança até porque ele não tem propriamente um ideário – tem apertos de mão. Este ritual dá votos e ninguém pode garantir quantos apertos de mão Vitorino vai dar.
Carlos Albino
- Flagrante sondagem: A esmagadora maioria dos inquiridos praticamente apenas conhece dois deputados do Algarve – Jamila Madeira (que até nem está em S. Bento) e Mendes Bota (que até nem está no Parlamento Europeu). Os restantes são tidos como deputados dos militantes sendo a militância, como se sabe, a margem de 97,3 % de erro.
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