

Nas bancadas parlamentares, os deputados algarvios ficaram-se pela ponte de Alcoutim que não existe e a que ninguém do poder de Lisboa ligou; a Associação de Municípios não perdeu, e está longe de perder, o ar de grémio ou de refém das cortesias políticas; a Junta Metropolitana tem letra mas não tem música – foi outro engano, traumático engano; as delegações regionais de ministérios estão confortavelmente sentadas (algumas ducalmente, eximindo-se ao escrutínio público) nos sofás da maioria absoluta, e a única instituição restante das veleidades da regionalização, a RTA, vai ser convertida em agência, como já era.
E pelas bandas da intervenção cívica não partidária, a tal sociedade civil, não há nada politicamente de relevo, até porque os ecologistas já encontraram todos os linces e todos os bufos reais. Essa sociedade civil troca o jeep pelo último modelo, decide tecnicamente pelos presidentes de câmaras, vende moradias, algumas excepções por bom tom fazem-se amigas do Teatro das Figuras, e, claro, amassam o pão em nome do diabo, telefonam para Bruxelas e fazem de alegres dromedários nesta estafante mas também divertida travessia .
Ou seja: o Algarve tem todas as condições para que um populista manhoso ou um manhoso que não abra a boca, tenham êxito. Obrigado, oh Democracia que nos desenvolveste até este ponto!
Carlos Albino
Flagrante contraste: Com os que se perfilam para a Agência de Turismo do Algarve e com tanta falta que isso faz, não haver um referendo sobre a Interrupção Voluntária da Sensatez.
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