quinta-feira, 19 de outubro de 2006

SMS 180. Sinais de racismo nas escolas

19 Outubro 2006

Pelos sinais e testemunhos que me chegam, por aí está a grassar racismo nas escolas algarvias. Ainda é um apenas aqui e além, alguns casos em infantários para onde se transporta sem filtragem as mensagens domésticas, não é, felizmente, caso geral, mas vale mais prevenir do que remediar. Também, pelo me chega, não se trata de racismo de crianças portuguesas face a qualquer das proveniências da imigração – os casos envolvem sobretudo crianças e jovens provenientes da Europa Central e de Leste face a crianças e jovens de origem africana, em alguns episódios até, de nacionalidade portuguesa com ascendência africana. Independentemente de nacionalidades e ascendências, isto não se pode tolerar na Sociedade Algarvia, aberta por natureza e história, acolhedora por carácter e convivente por regra de velho costume.

Não se pode admitir que uma criança ucraniana, já em exercícios de desdém de raça, chame «preto», «macaco» e outras coisas aprendidas ou ouvidas em casa porque nenhum escola as ensina ou ensinou, a uma criança de tez africana. Claro que o problema não está na criança, mas nos pais, o problema está lá em casa, está no que os pais são, dizem e como procedem ou gostariam de proceder – problema que, por ora, apenas vai parar ao infantário ou à escola, sendo facilmente gerível, mas que, amanhã, pode, com desaforo, abanar a Sociedade Algarvia. Aliás, já está a abanar. Diz-me quem sabe que, em certos aglomerados outrora acolhedores de imigrantes africanos ou descendentes destes como à vista desarmada se poderia constatar, este foram praticamente varridos por ucranianos, nem se sabe como. E tenho conhecimento directo de um episódio – um casal romeno recusou o contrato de aluguer de uma casa que já tinha apalavrado, pura e simplesmente porque em frente vieram a saber que morava um casal russo, só por este russo…

Há que dizer a esta gente que não pode ser assim. A Sociedade Algarvia tolera excepções porque também tem as suas excepções, mas temos que saber dizer um rotundo não à importação do Racismo seja entre quem for. E há que fazer prevenção. Prevenção cuidada e eficaz. Trabalho para o Governador Civil e para as Câmaras Municipais às quais, em primeira linha, se exige a mais cuidada atenção. Tenho verificado que pouca coisa está a ser feita nesta matéria.

Carlos Albino
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Flagrante contraste: O PIN da Ria de Alvor, o PIN da Altura/Praia Verde, e o pino do PROTAL a dar já dois pinos enquanto é tempo.

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