10 Junho 2004
O Parlamento Europeu, mesmo que os seus «poderes» venham a ser reforçados não deixará de ser uma esquisita assembleia parlamentar composta por delegações nacionais supostamente escrutinadas em cada um dos Estados da UE.
E é esquisita porque uma vez que tais «delegações» iniciem o mandato, elas perdem o carácter nacional diluindo-se em famílias ou agrupamentos partidários transnacionais que estão tão próximas do cidadão comum como as nuvens da relva. Portugal integra, e muito bem, e, diversas assembleias parlamentares - como sejam a da NATO, a da OSCE e a do Conselho da Europa – bastando para isso que a Assembleia da República designe a delegação participante segundo um critério proporcional.
Já para essa assembleia parlamentar da UE, é o que se sabe: há um sufrágio específico, como o que nos bate à porta, para determinar os 24 contemplados. Mas eleger quem e para quê? Quem vai ser eleito, já sabe. E cada um dos que já sabe, também está ciente das finalidades: um brutal ordenado, apetitosas mordomias, inevitável proa e pouco trabalho, embora com muita viagem.
O que podem fazer estes 24 portugueses felizes e contentes no meio de uma assembleia parlamentar de 732 elementos? Nada, nada e nada, a não ser fogo de vista que é o que, como «candidatos», todos eles têm feito e, convenhamos, sem elevação. Não me apanham.
Carlos Albino
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