12 Fevereiro 2004
Não é verdade que em 1998, o referendo sobre a regionalização foi transformado numa batalha entre o partido então no Governo e o partdo então na primeira linha da oposição? O resultado viu-se: mais de 50 por cento de portugueses pura e simplesmente se abstiveram. E não falemos mais do passado (as autárquicas como pretexto para a inexplicável fuga de Guterres do Governo...) porque basta estar-se atento ao que se aproxima, pelo que aí vem a pergunta no mesmo tom – não é verdade que, a propósito de eleições europeias, o principal partido agora na primeira linha da oposição já deu indicações de que considera esse sufrágio como argumento válido para chumbar o partido agora no Governo? «E o que é que uma coisa tem com a outra?» pergunta sempre aquele caçador do Cachopo quando, no preciso momento em que ele alveja uma perdiz, alguém lhe diz, para travar a cartuchada, que a apanha de amêijoa está proibida... Na verdade, já cansa ver como os partidos, na ânsia de reocuparem ou conservarem ou voltarem a ocupar o aparelho central do Estado, até da proibição da amêijoa se servem para impedirem algum tiro numa perdiz. E digo isto porque o meu amigo José Lança lançou uma dúvida pertinente: a de não se saber pela certa se de facto os Algarvios querem a Região do Algarve. O referendo de 1998 quanto a isso foi inconclusivo, ou melhor: nada tinha ou teve a ver com isso. Mas para além da pertinência da dúvida, admita-se é que os Algarvios começam é a ficar cansados de uma meta política face à qual é o Estado que não cumpriu a Constituição pela confusão que se arrasta - vai para trinta anos! - entre perdiz e amêijoa. A abstenção é a resposta. Infelizmente, mas é a resposta. Pobre perdiz.
PS: Na próxima SMS vamo-nos lembrar da resposta de Mendes Bota em 1996 e de como em 2004 ficará melhor a Alcoutim e Aljezur serem metropolitanos ao lado de Tavira e Lagos do que contunarem a ser humilhados como serrenhos. É só para adiantar.
Carlos Albino
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