Os testemunhos são
muitos. São lesados a dizer, são mecânicos de saber e experiência
insuspeita a confirmar, e, já agora, é a nossa triste e dispendiosa estreia na
matéria – há combustíveis adulterados à venda no Algarve, com alguns postos a
fazerem referência do mal. Como e quando os combustíveis são adulterados, quais
são os intervenientes, qual o grau de responsabilidade de quem está no circuito
do dolo, e se isso acontece sempre ou é coisa esporádica, não sei. O que sei é
que há motores de carros, uns novos em folha outros nem isso, que ficam
arrumados por aquela causa sem que muitos dos lesados tenham meios de defesa e
de prova. Também sei que em determinados postos que ostentam marcas de bandeira
há aparentemente controle dos combustíveis despejados nos depósitos e que são
selados, noutros não – dependem do mercado e dos preços que também
aparentemente facilitam certas promoções que acabam por sair caras para o
consumidor crédulo, demasiado confiante ou sem alternativa para o abastecimento.
O certo é que, pela experiência contada, há já os chamados “postos malditos”
dos quais, quem sabe, foge. Hoje a história contada é dali, amanhã é de acolá,
sendo certo que, com a adulteração, alguém enriquece com o esquema. Esquema que
é crime e que justifica a intervenção de autoridades e instituições de defesa
do consumidor que devia m passar os postos de abastecimento a pente fino. Por
mim falo – depois do que aconteceu, estou inseguro sempre que preciso de
abastecer no Algarve e muito agradeceria que, à semelhança das bandeiras azuis
a garantirem a qualidade das praias, os postos com combustível de qualidade
certificada tivessem uma bandeira de qualquer cor, fosse verde, amarela ou
branca, o que quiserem, mas uma cor que indicasse que por ali não há ladrão. Na
verdade, isto já é demais. É que para além dos assaltantes de postos que são
notícia todos os dias, temos agora os postos que assaltam sem que sejam
notícia. Acabem com isso porque as oficinas estão cheias de motores
espatifados, uns logo, outros lentamente, com cada vez mais gente a apontar o
dedo à ferida mas só alguns a poderem apresentar queixa formal. Na maior parte
dos casos, a culpa é do diabo e há que encolher os ombros. Mas isto tem que ser
dito e ficar em letra de forma.
Carlos Albino
Carlos Albino
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Flagrante incêndio: Então isso ardeu e de que maneira e a explicação é só do vento e do calor? Como foi possível isso chegar tão longe?
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