
Em síntese e por aquilo que veio a lume, parece que Filipe Madeira dedicou-se à sua casa pelo não avanço da regionalização, muito embora ele saiba que a regionalização do Algarve ficou em definitivo e há muito postergada quando foi retirada da Constituição a possibilidade da criação das regiões-piloto, por obra e graça de magníficas abstenções, silêncios oportunistas e votos dos criados de serviço da época. O amuo aparente de Filipe Madeira não tem pois justificação, e porque não tem justificação, ele sempre fez política de casa, naquele sentido formal e de jogo ou de jogada, ou por si próprio ou por interpostas pessoas. Filipe Madeira está e não está, conforme lhe convém, e agora, a demarcação desconcertante face a Soares, não passa de uma conveniência para ele estar. Ora, um comportamento político destes não é o de um líder mesmo na reserva, e porque comportamentos destes abundam no Algarve – nomeadamente face a Cavaco também – eis uma das razões porque não temos líderes regionais na coerência forte do termo, e o motivo porque os líderes circunstanciais apenas são «figuras nacionais» enquanto forem criados de serviço.
Carlos Albino
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