quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

SMS 247. Duas ou três coisas

31 Janeiro 2008

Primeira coisa - Li com atenção o que Miguel Freitas afirmou sobre a pobreza no Algarve, pois há que ler com atenção aquilo que um dirigente político do Algarve afirma quando chega de longe. Enfim, admitiu Miguel Freitas que «há apesar de tudo alguma pobreza escondida na região»… Aquela palavra «alguma» é de facto de quem chega de longe ou está longe. É claro que com um raciocínio de indicadores, não é preciso estar no nordeste algarvio ou entrar nos T -1’s da periferia de Faro, do centro de Quarteira ou dos ex-clandestinos de Portimão para, enfim, lá se admitir que «há apesar de tudo alguma pobreza escondida»… Aquele «apesar de tudo» é de facto de quem reduz a realidade que entra pelos olhos da cara, aos indicadores. É claro que isto fica bem para estagiários de sociologia verdes em matéria de indicadores, fica mal para um dirigente político, para mais do PS, daquele algum PS que apesar de tudo estimo.

Segunda coisa – Também registei que José Sócrates atacou a oposição que critica os exageros da ASAE argumentando que esta ASAE «está a ser atacada como um partido político» por aquela mesma oposição. Assim não se chega a lado nenhum se o primeiro-ministro ataca os partidos como se estes fossem as ASAE’s da democracia. É claro que, assim também, todos os exageros e desvarios, quer os das ASAE’s da oposição, quer os do partido policial das actividades alimentares e não alimentares, justificam-se perversamente. Fiquemos por aqui, nesta matéria.

Terceira coisa – Como sabem, gosto de tertúlias e que as tertúlias existam. Cada tertúlia é sempre um pequeno passo na cabeça de cada um mas um grande passo para a humanidade. Não assisti mas sei que esta semana, na tertúlia matinal do Café Delfim (Loulé), depois de um muito perorar e ficar calado, alguém sai com esta: «Abriu a boca e deixou falar a consciência». Não é assim Miguel Freitas? Não é assim José Sócrates?

Carlos Albino

Flagrantes exonerações: Correia de Campos, depois de tudo na saúde (e que não foi pouco), e Isabel Pires de Lima, depois de tudo na cultura (que foi demais), foram exonerados pela ASAE do primeiro-ministro que deixou falar a consciência. Como a tertúlia do Café Delfim tem razão!

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