quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

SMS 495. Vamos a votos

10 janeiro 2011

Vão ser quatro anos de eleições seguidas, como se sabe. A abrir o ciclo, aí temos, em outubro, as eleições autárquicas que, no Algarve, por este ou aquele motivo, vão ditar uma extensa reformulação na galeria dos líderes locais. No próximo ano, 2014, são as eleições para o Parlamento Europeu que, independentemente das sinecuras e dos bónus a figuras dos partidos, costumam funcionar como barómetro interno. Depois, em 2015, o primeiro de dois pratos fortes, as eleições legislativas, se nada ocorrer que as antecipe, o que é improvável. E finalmente, em 2016, o segundo prato forte, com as eleições presidenciais a marcarem a entrada do retrato de Cavaco Silva para a galeria dos antigos presidentes. Portanto, vão ser quatro anos em que os partidos, mais do que nunca e que por vezes se esquecem, precisam dos eleitores que são também contribuintes e que, além disso e também mais do que nunca, sentem na pele a maior ou menor seriedade do Estado e têm gravada na memória a comparação entre as promessas feitas e garantias dadas em eleições anteriores e os factos. Um eleitor isolado pode ser enganado e um contribuinte solitário pode ser iludido, mas o conjunto do eleitorado, como está provado, tem uma sabedoria tal que até determina as sondagens, tal como o conjunto dos contribuintes tem uma tal perceção das coisas que, mais dia menos dia, até determina a desgraça dos aldrabões de Estado que, à semelhança da criação divina, são aqueles anjos que deram em diabos.

Para as próximas autárquicas de outubro, no Algarve, salvo este ou aquele caso mais bicudo, estão mais ou menos completadas as nomeações dos partidos. Uns sabem que podem ganhar, outros sabem que farão apenas figura de corpo presente o que não deixará de ser um abnegado sacrifício, outros ainda outra expetativa não têm do que dar nas vistas o melhor possível, mas todos fazem parte deste jogo democrático em que os eleitores que são também contribuintes, têm a palavra decisiva, apesar de um ou outro enganado e de este ou aquele ludibriado. Não é um jogo que instale na terra o paraíso, mas é o melhor jogo humano possível desde que os candidatos, começando por parecerem anjos e arcanjos, não acabem por se revelar uns verdadeiros em diabos.

Ora, para se evitar em grande parte essa metamorfose de que o inferno está cheio, é importante que cada candidato, designadamente às funções de presidente de câmara, diga em verdade aos eleitores e contribuintes o que fez, o que estudou sem equivalências da macaca, que experiência tem, quais os interesses a que está ligado, onde trabalhou, se tem processos arquivados por conveniência das partes, enfim, que dê as mínimas garantias de não ser ou não ter sido aldrabão sorridente de Estado – o currículo completo e não amputado. Depois disso, vamos a votos, haja vida, saúde e paciência.

Carlos Albino
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    Flagrante coincidência: Neste ano de 2013, o número da paragem à porta do Cemitério da chamada Linha Amarela dos transportes urbanos de Loulé, é precisamente 13, além de ser amarela.

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