quinta-feira, 15 de setembro de 2011

SMS 428. Publicidade e informação

15 setembro 2011

Há por aí grande confusão em determinada cabecinha, entre publicidade e informação. Para essa pessoa tanto faz uma coisa como outra e, pelos vistos, o que o Algarve necessitará é de publicidade, muita e mais publicidade, e a informação, também pelo que já está visto, é mero adorno desse fogo de vista. E então, vá de rios de dinheiro para essa publicidade, para esse fogacho que, como outros fogachos, vai durar um anito, quando muito um anito e meio.  E o comércio algarvio, que está nas lonas, vai nisto.

É claro que a preciosa liberdade de expressão não existe no vácuo – precisa de uma base material que lhe dê sustentação. E essa base, para os jornais e rádios, é uma sólida e variada carteira de anunciantes, cujo suporte financeiro permita a prática de um jornalismo crítico e independente. Os anunciantes e os leitores que pagam as suas assinaturas ou compram em banca o seu jornal preferido, deveriam ser as únicas fontes de receita dos jornais que não sejam meros expedientes ou refinadas aventuras. Cada expediente ou cada aventura que surja fora disto lançará uma justa e real sombra de desconfiança sobre toda a atividade jornalística na região, sobretudo se a obsessão publicitária revelar completa ausência de ética ou dispensar a ética.

Mas, segundo parece, está-se a brincar com coisas sérias. E, mais grave, a brincar num tempo de crise para todos, à exceção, naturalmente, dos brincalhões de paraísos fiscais a quem muitas vezes convirá brincar com o dinheiro como as crianças que jogam às manecas.

Carlos Albino
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Flagrante esclarecimento: Naturalmente que os ditos “jornais de encarte” não são jornais, são boletins e não mais. Um jornal que seja jornal não precisa de ser encartado noutro jornal.

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