sábado, 29 de maio de 2004

SMS 55. À espera do decreto...

27 Maio 2004

Sem excepção, os partidos têm a mesmíssima pose nessa matéria da Região do Algarve – estão agora à espera do longínquo decreto que vier lá de cima e que, se calhar, apenas virá no Dia de S. Nunca à Tarde.

Na verdade, quer o PS quer o PSD, sempre que estão no poder, prosseguem políticas centralistas, muito embora quando se revezam na oposição façam da regionalização uma bandeira ou um cavalo de batalha que rapidamente esquecem quando chega a hora de repartir o bolo do poder pelas clientelas até à última migalha. Honra seja feita a Macário Correia que ao tomar posse da presidência da Grande Área Metropolitana – que mesmo em matéria de descentralização é uma descentralização em pijama – lá se referiu à tal futura Região ou ao tal futuro decreto a vir lá de cima e nada mais.

Claro que não seria de esperar que os partidos dessem o apoio à criação de um fórum cívico ou de cidadania para, com abrangência e sem jogos de poder, imprimir dinâmica, participação e criatividade à ideia da Região – sim, qualquer coisa como um Fórum para a Região do Algarve, comprometendo escolas superiores, instituições independentes, personalidades... enfim, as forças que o Algarve tem, diz ou pensa ter. Confesso que esperava que o PS de Miguel Freitas desse uma arrancada agora que esse partido está livre de espírito, mas não deu.

Carlos Albino

quinta-feira, 20 de maio de 2004

SMS 54. Desalento

20 Maio 2004

O discurso político é pobre.

Os líderes partidários ou não dizem coisa com coisa, ou quando dizem é em função de interesses, sobretudo os interesses de carreira política pessoal – tudo calculado numa espécie de jogo.

Quanto aos eleitos, então alguns, seria melhor que não abrissem a boca – há presidentes de juntas que já exibem como luxo uma mentalidade rasteira de mercearia; há presidentes de câmara cujo discurso está ao nível dos dirigentes partidários e por isso elogiam-se uns aos outros; e há deputados cujas manifestações secundárias de adolescência nem aos adolescentes deverá agradar.

Quanto aos técnicos, maior é o desalento – há arquitectos camarários que andam a brincar às palmeiras e repuxos nas cidades, há directores de bibliotecas que só falam de si próprios no que talvez tenham razão porque as câmaras e já agora os jornais, estão cheios de animadores culturais.

Na verdade, começo a não acreditar no Algarve e por um triz esta SMS não seria mesmo a última. E para que não digam que evito as palavras, pois aqui vão as palavras: o PSD tem muita culpa, o PS tem muito mais e no resto há brincalhões, brincalhões.

Carlos Albino

sexta-feira, 14 de maio de 2004

SMS 53. Combustíveis com estranho sotaque

13 Maio 2004

1 – Sim, Gillian Ann Fox, de que nunca ouvi falar, quer instalar uma armazenagem 4480 litros de combustíveis na Foz de Oleleite (Castro Marim).
2 – Também Rainer Offermann quer armazenar 2500 litros de combustíveis numa dita Casa Lontona, no Vale do Milho (Lagoa).
3 – Igualmente Elvira Brunk requereu licença para armazenar 2500 litros de combustíveis no recôndito Sítio do Zambujal (Boliqueime).
4 – Mais, Andrew Ian Hogg almeja armazenar a mesma quantidade de 2500 litros de combustíveis no também recôndito Sítio do Malhão (Paderne).
5 – Finalmente, a firma Pierre Lamar Limited de que também nunca ouvi falar quer armazenar 2500 litros de combustíveis numa dita Vila Palmela, na Estrada do Garrão (Almansil).

Como manda a lei, a Direcção Regional do Algarve do Ministério da Economia fez publicar os editais em 30 de Abril pelo menos num jornal tão recôndito como os lugares dos combustíveis, dando o prazo de 20 dias para as reclamações por escrito, portanto até 20 deste mês. É óbvio que ninguém irá reclamar quase pela certa, até porque no Sítio do Zambujal e no Sítio do Malhão não há vivalma que possa reclamar, ou se há, tanto lhe faz. Mas reclama-se aqui.

Então, por um lado, andam os Municípios tão zelosos em erguer as suas zonas ou áreas industriais e, por outro lado, pinta-se o mapa com milhares de combustíveis aqui e outros milhares ali? Então, por um lado, anda-se a promover e a estimular o turismo rural, e, por outro lado, nas mesmíssimas zonas rurais e pelos respectivos caminhos rurais onde mal cabe um dois cavalos, plantam-se armazéns de combustíveis? O Director Regional do Ministério da Economia não reparou nas coincidências?

Um Algarve assim com tanto combustível armazenado não é um cartaz turístico, é um atentado suicida.

Carlos Albino

quinta-feira, 6 de maio de 2004

SMS 52: José Barão

06 Maio 2004

A 17 de Agosto, é o centenário do nascimento do Jornalista José Barão que fundou o Jornal do Algarve em 1957. Sem mais ou grandes considerandos, sugiro a criação de um Grande Prémio de Imprensa do Algarve, com o seu nome, anual, e que, por dois modos, distinga em acto público, por um lado, a carreira de alguma personalidade algarvia relevante na área da Comunicação Social, e por outro lado, o conjunto dos melhores trabalhos de um Jornalista (algarvio ou não, português ou não) publicados ou difundidos no ano anterior sobre questão ou questões relacionadas com o Algarve. Essas duas distinções, fazem falta no calendário algarvio.

Carlos Albino